terça-feira, 3 de junho de 2008
Conclusão
Com este blog espero que possam descobrir um pouco de tudo aquilo que pode acontecer no vosso dia-a-dia e das actuações que muitas vezes por mais estúpidas ou insignificantes que vos possam parecer, podem salvar uma vida.
" Não basta sermos pessoas. Precisamos de ser pessoas humanas. "
terça-feira, 20 de maio de 2008
Capitulo XIV - O Parto
O parto é um acto fisiológico natural. A maioria dos nascimentos desenrola-se normalmente e não ameaça nem a vida da mãe nem a da criança. É importante lembrar que só a mãe sabe qual será o momento exacto do nascimento, o socorrista está lá mas não lhe compete a ele acelerar ou retardar esse acontecimento. Por essa razão tem de se respeitar as fases do parto sem intervir directamente com o bebé.
Em seguida administrará os primeiros socorros ao recém-nascido. Lembremos algumas noções de anatomofisiologia que permitirão compreender melhor o processo do parto:
- O feto desenvolve-se no útero dentro de um invólucro chamado amniótico.
- A placenta é um órgão de cor vermelho escuro, de superfície irregular de um lado e cinzento azulado do outro. Mede 20cm de diâmetro e tem 2,5 a 5 cm de espessura.
- O colo do útero é uma abertura que está à disposição do feto para passar pela vagina e nascer. Em seguida, ligados ao cordão umbilical, sairão o saco amniótico e a placenta.
Corpo humano feminino
A preparação
O socorrista que toma em mãos a responsabilidade da situação deve manter a calma e tranquilizar a mãe. Às pessoas presentes pedir-lhes-á para trazerem o seguinte material:
- Um revestimento de plástico para proteger o local (sofá, banco do automóvel etc.);
- Um cobertor para absorver o líquido amniótico;
- Toalhas, cobertores limpos;
- Um cobertor limpo e quente para colocar o bebé imediatamente após ao seu nascimento;
- Um recipiente como por exemplo um saco plástico para colocar a placenta;
- Um atilho, uma fita para ligar o cordão umbilical;
- Uma tesoura;
É importante lavar bem as mãos antes de iniciar e ser o mais limpo possível, tanto com o material como no arranjo do ambiente.
Se duas ou três pessoas estiverem presentes três, uma assiste o socorrista e a outra, de preferência juntamente, senta-se junto da mãe para a tranquilizar, para a encorajar e lhe dizer com frequência para respirar lentamente.
Para afastara a tensão das dores, pede-se à mãe para manter os olhos abertos, para fixar um objecto de um modo particular (ponto de concentração).
Na medida do possível, criar-se-á uma certa intimidade, afastando as pessoas não necessárias.
As fases do Parto
Primeira fase
A primeira fase inicia-se no momento da contracção e térmita quando o colo do útero fica completamente dilatado.
Uma contracção apresenta-se como uma dor no baixo-ventre ou na região lombar, que dura 45 a 60 segundos. Essa contracção é seguida de um relaxamento de 2 a 3 minutos.
Habitualmente, quando as primeiras contracções aparecem, há ainda tempo suficiente para transportar a mãe a um centro hospitalar. Essas contracções são breves e muito espaçadas. Depois intensificam-se gradualmente no tempo e em duração até à dilatação completa do colo do útero. No inicio das contracções, no decurso ou cerca do fim dessa fase, a parte inferior do saco amniótica (bolsa das águas) rompe-se, deixando correr o líquido pela vagina, cerca da 250 ml a 300 ml sob a forma de corrimento contínuo ou brusco, por vezes acompanhado de um pouco de sangue e de muco.
A pessoa que estiver perto da mãe deve tranquiliza-la entre as contracções podendo refrescá-la com um pano branco húmido.
A posição a dar a mãe:
Pede-se à mãe para tirar todas as roupas que possam prejudicar a expulsão do feto. Tapamo-la com uma túnica ampla ou com um lençol. Depois, adoptará a posição que ache mais confortável para ela. Um ou dois travesseiros ou almofadas podem ser colocados debaixo dos ombros e da cabeça. Os joelhos ficam dobrados e as pernas afastadas. A pessoa que tranquilizar a mãe pode colocar-se atrás das suas costas e mantê-la nesse disposição de expulsão.
A segunda fase
A segunda fase é a do nascimento do bebé, durando habitualmente uma hora para um primeiro bebé e 30 a 45 minutos, para os bebés seguintes.
A maior parte dos bebés apresentam um primeiro lugar a cabeça. Ocasionalmente, o bebé poderá apresentar primeiramente o rabinho ou um membro. Se for o caso, necessária e urgente a presença de um médico.
Durante esta fase, a mãe pode sentir necessidade de esvaziar os seus intestinos. Se isso acontecer, será necessário limpa-la imediatamente para proteger o bebé. Esse sinal significa que o bebé esta com dificuldades em nascer. Depois, a cabeça começa a aparecer a nível da vulva a cada contracção. Deve-se encorajar a mãe a respirar rapidamente pela boca e a dominar os esforços de expulsão para evitar uma saída demasiado rápida da cabeça do bebé.
Logo que a cabeça apareça na vulva, deve assegurar-se de que a membrana amniótica se rompe. De contrário, rasgue-a delicadamente com os dedos antes da saída do bebé e tire a membrana em frente do nariz e da boca do bebé.
Depois coloque a sua mão dominante sobre a cabeça do bebé exercendo uma pressão muito ligeira com a palma da mão. Essa manobra guia o bebé para o exterior da vagina. Duas ou três contracções podem ser necessárias para a libertação completa da cabeça, a partir do seu aparecimento na vulva. A cabeça aparece normalmente com a face virada para baixo e ligeiramente inclinada para a direita ou para a esquerda.
Uma vez saída a cabeça, encoraje a mãe nos seus esforços de expulsão. Depois, verifique se o seu cordão umbilical, que se assemelha a um a corda gelatinosa, espessa e lisa, está enrolado a volta do pescoço do bebé. Se for o caso, tente desapertá-lo delicadamente por cima da cabeça do bebé.
Em seguida, continuando sempre a segurar a cabeça, ampare o corpo, até que ele saia completamente.
Habitualmente, não se corta o cordão logo a seguir a saída da placenta. Todavia, o socorrista procede ao encerramento do cordão atando-o com uma fita limpa, a uma distância de 15 a 30 cm do abdómen do bebé.
Se os serviços de urgência não estiverem acessíveis em menos de 12 horas, o socorrista pode também considerar a possibilidade de cortar o cordão. Num primeiro tempo, atar ou laquear em dois lugares afastados de 5 a 10 cm e uma distância de 15 a 30 cm do abdómen do bebé. Depois cortar o cordão entre as duas ligaduras com uma tesoura limpa. Verifique, em seguida, se há hemorragia na extremidade do cordão atado ao bebé e exerça uma compressão local, se for caso disso.
Os primeiros socorros a administrarem a mãe
Muitas vezes, após o parto, podem surgir arrepios acompanhados de tremores incontroláveis, o que trás a mãe um certo desconforto e, por vezes, a torna apreensiva. Porém, esses sintomas desaparecem espontaneamente passados 15 minutos e não apresentam qualquer perigo. A fim de prevenir e tratar esse fenómeno, devemos tapar a mãe com um cobertor e com um lençol quente e evitar-se-ão as correntes de ar.
Após a expulsão da placenta, a mãe deve estender a pernas. Verifique se a pele do períneo está rasgada perto da vagina. Se houver feridas com hemorragia sanguínea, exerça uma compressão local e coloque uma toalha nesse lugar. Se a hemorragia for significativa, tape a mãe e continue a massajar o abdómen.
A mãe, o bebé e a placenta estão agora em condições de serem transportados para um centro hospitalar. Enquanto espera os serviços de urgência, friccione firmemente o útero com a palma da mão fazendo movimentos circulares. Esse movimento fortalecê-lo-á, diminuindo ao mesmo tempo a hemorragia.
Se a mãe manifestar desejo de alimentar o seu filho facilite-lhe a tarefa, instalando-a confortavelmente. Devemo-nos assegurar que o nariz da criança está completamente desobstruído. Ao amar o bebé estimula os seios. Esse processo provoca contracções do útero e a diminuição da hemorragia do mesmo, facilitando ao mesmo tempo o contacto da mãe e do filho.
Os primeiros socorros ao Bebé
A respiração do bebé
A pessoa que ajuda o socorrista ou a que se mantém perto da mãe deverá ocupar-se do bebé, lavando o rosto, a boca e o nariz do recém-nascido. Deve-se, portanto, vigiar particularmente para que se mantenha o nariz bem desobstruído.
Depois coloca o bebé de forma que a sua cabeça esteja mais baixa que o resto do corpo. Essa precaução vai facilitar o escorrimento do líquido ou do muco pela boca e pelo nariz e manterá as vias respiratórias libertas.
Se o bebé não respirar em menos de um minuto após o nascimento, procede imediatamente a desobstrução das vias respiratórias, dando pequenas palmadas nas cotas e recorrendo à respiração boca a boca, se for necessário.
O calor corporal do bebé
É muito importante manter o bebé num ambiente quente. Limpe-o com uma toalha ou um lençol limpo e quente, depois tape-o com um cobertor também quente.
O bebé deve ser colocado imediatamente sobre o abdómen da mãe, em posição ventral, com a cabeça inclinada para o lado e entre os dois seios.
A Terceira fase
A terceira fase vai desde o nascimento do bebé até a expulsão da placenta. Em contrapartida o socorrista pode massajar com firmeza o abdómen da mãe com a palma da mão para facilitar a expulsão da placenta.
A placenta sai habitualmente nos 20 minutos após ao parto. Se não sair, pede-se a mãe para fazer esforço como se fosse a casa de banho.
Quando a placenta tiver saído, envolva-a numa toalha limpa e guarde –a para momentos mais tarde poder –se constatar que não ficou nenhum resíduo no útero. Qualquer membrana que permaneça no útero pode causar uma hemorragia ou uma infecção.
Capitulo XIII - Diabetes
Classificação de diabetes:
Diabetes tipo 1:
Normalmente iniciado na infância ou na adolescência, caracteriza-se por um défice de insulina, devido à destruição das células beta do pâncreas por processos auto – imunes. Só cerca de 1 em 20 pessoas diabéticas tem diabetes tipo 1, a qual se apresenta mais frequentemente entre jovens e crianças. Este tipo de diabetes é conhecido como diabetes insulina – dependente. Nela, o corpo produz pouca ou nenhuma insulina. As pessoas que padecem dela devem receber injecções diárias de insulina. A quantidade de injecções diárias é variável em função do tratamento escolhido pelo endocrinologista e também em função da quantidade de insulina produzida pelo pâncreas. A insulina sintética pode ser de acção lenta ou rápida: a de acção lenta é ministrada ao acordar e ao dormir; a de acção rápida é indicada logo após grandes refeições. Para controlar este tipo de diabetes é necessário equilibrar os seguintes três factores: a insulina, a alimentação e o exercício. Sobre a alimentação é preciso ter vários factores em atenção. Apesar de ser necessário algum rigor na alimentação, há que lembrar que este tipo de diabetes atinge essencialmente jovens, e esses jovens estão muitas vezes em crescimento e têm vidas activas. Assim, o plano alimentar deve ser concebido com isso em vista, uma vez que muitas vezes se faz uma dieta demasiado limitada para a idade e actividade do doente.
Diabetes tipo 2:
Neste tipo de diabetes parece haver uma diminuição na resposta dos receptores de glicose presentes no tecido periférico à insulina, levando ao fenómeno de resistência à insulina. As células beta do pâncreas aumentam a produção de insulina e, ao longo dos anos, a resistência à insulina acaba por levar as células beta à exaustão. Desenvolve-se frequentemente em etapas adultas da vida e é muito frequente a associação com a obesidade; Vários fármacos e outras causas podem, causar este tipo de diabetes.
Diabetes em estado gestacional:
As diabetes em estado gestacional também envolvem uma combinação de secreção e responsabilidade de insulina inadequados, assemelhando-se às diabetes tipo 2 em diversos aspectos. Desenvolvem-se durante a gravidez e podem melhorar ou desaparecer após o nascimento do bebé. Embora possam ser temporários, as diabetes gestacionais podem trazer danos à saúde do feto e/ou da mãe. Temporários e completamente tratável mas, se não tratados ou levados a sério podem causar problemas com a gravidez, incluindo peso elevado do bebé ao nascer, malformações fetais e doença cardíaca congénita. Requer supervisão médica cuidadosa durante a gravidez. Os riscos fetais associados às diabetes gestacionais incluem anomalias congénitas como: malformações cardíacas, sistema nervoso central e de músculos esqueléticos.
Quais são os sinais e os sintomas?
A tríade clássica dos sintomas da diabetes é poliúria (pessoa urina com frequência), polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos), polifagia (apetite aumentado), podendo inclusive ocorrer perda de peso. Estes sintomas podem se desenvolver bastante rapidamente no tipo 1, particularmente em crianças (semanas ou meses) ou pode ser subtil ou completamente ausente — assim como se desenvolver muito mais lentamente — no tipo 2. No tipo 1 pode haver também perda de peso (apesar da fome aumentada ou normal) e fadiga. Estes sintomas podem também se manifestar na diabetes tipo 2 em pacientes cuja diabetes é má – controlada.
Coma Diabético - é a situação médica na qual o portador de diabetes entra em estado de coma por desequilíbrio da sua doença. Pode ser tanto por elevação (coma hiperglicémico) como por diminuição excessiva (coma hipoglicémico) da glicose do sangue.
Coma hiperglicémico - ocorre, geralmente, em pacientes que ficam por descuido ou então por não tomarem a medicação deixam que os valores da glicose subam o suficiente para causar alterações de consciência (600 a 1000 mg/dl).
Coma hipoglicémico - ocorre, quase que exclusivamente, nos pacientes que se tratam com insulina, mas podem também surgir, mais raramente, nos que utilizam anti – diabéticos orais (quando associados a bebida alcoólica em grande quantidade, ou jejum prolongado). Surge quando a glicemia atinge valores da ordem de 20 a 30 mg/dl, com instalação rápida (em minutos) e precedida por tremores, sensação de fraqueza e fome, palpitação e tontura. Pode ser fatal ou causar lesões cerebrais com sequelas tardias, pois o cérebro consome somente glicose para produção energética, e a morte cerebral ocorre após alguns minutos com níveis de glicemia inferiores a 20 mg/dl.
Capitulo XII - Perturbações causadas pelo Calor
As queimaduras são lesões da pele e dos tecidos subjacentes provocadas por diversas fontes: de origem térmica, eléctrica, química ou radiante, especialmente na sequência de uma exposição prolongada ao sol, aos raios x e a substância radioactiva. Podem ainda ser causadas por faíscas.
A gravidade de uma queimadura:
Avaliamos a gravidade de uma queimadura, tendo em conta os seguintes critérios que estão em função dos danos causados na pele:
- A intensidade do calor;
- As causas da queimadura: calor, produtos químicos, electricidade ou radiação;
- A duração da exposição à fonte de calor;
- A extensão da superfície queimada;
- O grau da queimadura;
A gravidade das queimaduras é mais ou menos grande conforme a região atingida. Quando se situam no rosto, podem provocar perturbações respiratórias pela inalação de gás carbónico e de calor, causando dessa forma lesões nas vias respiratórias e nos pulmões. As queimaduras nas virilhas e nos órgãos genitais podem causar infecções graves.
O estado de saúde e a idade da vítima desempenham também um papel determinante na gravidade das queimaduras. As pessoas idosas de mais de 60 anos e as crianças com menos de cinco anos são mais vulneráveis às complicações. Além disso, eles têm uma pele muito fina. À mesma intensidade de calor, podem sofrer queimaduras muito mais profundas do que os outros grupos etários.
É muito importante, mesmo essencial, poder avaliar rapidamente a gravidade das queimaduras. Numa catástrofe em que há várias vítimas, devemos determinar rapidamente quais delas devem receber prioritariamente os primeiros cuidados. Essa triagem pode evitar complicações graves junto de algumas vítimas.
Os tipos de queimaduras
As queimaduras do primeiro grau
A queimadura do primeiro grau apenas danifica a camada superficial da pele, a epiderme. É grave, quando é atingida mais de metade da superfície do corpo. A pele não é destruída, ficando apenas vermelha, seca e enruga quando se aperta.
Surge um ligeiro inchaço e a dor é bastante acentuada
As queimaduras do segundo grau
A queimadura do segundo grau atinge os tecidos subjacentes à epiderme, isto é, a derme, mas sem a atravessar. Habitualmente, essas queimaduras são graves, pois, as camadas superficiais da pele são destruídas, podendo deixar cicatrizes permanentes. Curam-se no espaço de 3 a 4 semanas.
A pele fica vermelha e irregular, com formação de borbulhas, empolas, cheias de um líquido claro, que aparecem imediatamente de 15 a 20 minutos mais tarde e por vezes até mais. Essas borbulhas podem abrir-se ou deixar ressumar um líquido claro, conferindo à superfície uma apareça húmida. A região atingida fica muitas vezes inchada, fazendo-se acompanhar de uma doer intensa.
As queimaduras do terceiro grau
Quando há queimaduras do terceiro grau, a pele fica destruída em profundidade assim como a epiderme, a derme e o tecido subcutâneo, total ou parcialmente, incluindo os nervos e as gorduras. Os músculos e os vasos sanguíneos ficam muitas vezes danificados e podemos mesmo vê-los coagulados através dos resíduos da pele.
Uma queimadura deste tipo é sempre muito grave e as suas consequências podem perturbar as funções vitais a ponto de provocar um estado de choque e uma baixa de temperatura corporal na sequência de uma perda grande de plasma sanguíneo. Há, igualmente, um risco de infecção grave, de deterioração da função articular e da destreza manual. Essas queimaduras necessitam muitas vezes de excertos de pele e deixam cicatrizes permanentes. Por esse mesmo facto, elas alteram a aparência da pessoa. Por vezes para estas pessoas a convivência com os outros torna-se difícil pois a sua aparência passa a ser diferente, principalmente quando estas são queimadas no rosto ou nos braços que são as partes mais visíveis.
A pele fica negra, carbonizada ou acastanhada. Por vezes fica branca, seca, lisa, semelhante a papel de encadernação. Desaparece a dor e a sensibilidade na parte atingida, pois, as terminações nervosas da pele ficam destruídas. Todavia, se a região vizinha for queimada, com queimaduras do primeiro ou segundo grau, as terminações nervosas não são destruídas e a vítima sente uma dor intensa.
Primeiros socorros em casos de queimaduras:
Deve-se:
- De resgatar a vítima da fonte de queimadura e de eliminar a sua causa;
- De parar a acção do calor e a destruição dos tecidos vizinhos;
- Aliviar a dor e o inchaço;
- De prevenir as complicações imediatas: os problemas respiratórios, a baixa de temperatura corporal, o estado de choque e a infecção. Estas são as causas mais frequentes de mortalidade na sequência de queimaduras.
- De tranquilizar a vítima, pois, a ansiedade pode também contribuir para o estado de choque.
- Chame os serviços de urgência.
Como intervir?
- Avalie a situação. A vítima está em contacto com a fonte da queimadura: calor, fumo, radiação? Em caso afirmativo, deve ser evacuada para sua segurança. O socorrista deve tomar as medidas necessárias para proteger e evitar queimaduras as pessoas presentes no local.
- Elimine a causa, por exemplo apagando o fogo, cortando a corrente eléctrica ou retirando os produtos químicos. Avalie imediatamente a gravidade da queimadura;
- Aplique algo frio nas queimaduras;
- Efectue o exame primário e administre os cuidados requeridos;
- Cubra as queimaduras com pensos esterilizados húmidos ou com tecidos limpos húmidos, por exemplo, lençóis;
- Chame os serviços de urgência;
Queimaduras térmicas
As queimaduras térmicas são causadas por um calor intenso seco ou húmido: chamas, superfícies quentes, partículas de metal em fusão, vapor, líquidos a ferver, etc. É o tipo mais frequente de queimaduras.
Os primeiros socorros em caso de queimaduras térmicas:
Se as roupas não estirem coladas a pele, tire as que cobrem as queimaduras. Não as tente tirar se estiverem coladas.
Se as queimaduras se situarem nas mãos, retire os anéis o mais rapidamente possível, pois, os dedos incharão rapidamente.
Queimaduras térmicas do primeiro grau:
- Mergulhe a região atingida em água fria durante 10 minutos ou aplique compressas húmidas e volte a arrefece-las logo que elas estejam quentes, até que a dor tenha diminuído.
- Em seguida aplique um penso húmido esterilizado para proteger a pele, que se tornou mais frágil nesse lugar. Mantenha no lugar o penso com uma ligadura de gaze em rolo.
Queimaduras do segundo grau:
- Mergulhe imediatamente a região atingida em água muito fria durante 10 minutos ou aplique compressas húmidas frias e arrefeça-as logo que estejam aquecidas, até que a dor tenha diminuído. Se a dor recomeçar aplica-se água fria novamente. Há perigo de hipotermia quando o frio é aplicado sobre uma grande superfície corporal;
- Nunca rebente as bolhas, pois estas constituem uma barreira natural contra a infecção;
- Se as queimaduras cobrirem uma grande área corporal, controle os sinais e os sintomas de choque. Tape bem a vítima para evitar a perdas de calor;
- Quando a dor causada por uma queimadura diminuir, cubra a parte atingida com um penso esterilizado húmido. Isso impedirá que o ar penetre e diminuirá a dor e prevenirá a infecção. Um tecido branco não esponjoso, muito limpo, pode substituir as compressas esterilizadas. Fixe o penso com uma ligadura de gaze em rolo e evite exercer qualquer compressão;
- Se as queimaduras se situarem nas mãos e nos pés, coloque primeiramente compressas de gaze esterilizadas entre cada dedo da mão ou do pé para evitar que se colem uns aos outros;
- Se houver alcatrão quente sobre a pele, ponha-lhe gelo em cima o mais rapidamente possível. O alcatrão congelará. Muitas vezes forma-se uma bolha por baixo do alcatrão e esta solta-se. Aplica-se seguidamente um penso húmido frio;
- Se houver óleo quente em cima da ferida absorva-o com uma compressa esterilizada antes de aplicar frio. O óleo retém mais o calor e agrava a ferida.
Queimaduras do terceiro grau:
- Não toque directamente nas queimaduras do terceiro grau, pois, a pele ficou destruída e os micróbios podem penetrar facilmente no organismo. Não tire as roupas que aderiram a queimadura;
- Mergulhe o membro atingido na água fria, pois, a água pode penetrar no interior dos tecidos sobre a pele;
- Cubra as queimaduras com compressas húmidas frias, se abrangerem uma pequena área do corpo, ou com um lençol branco se a área queimada for muito extensa, num entanto as compressas frias podem provocar um estado de choque, por esse motivo deve-se cobrir de imediato a vítima para que esta mantenha o calor corporal.
- Mantenha a vítima em jejum;
- Deite a vítima, com a cabeça estendida no solo;
Os efeitos do calor sobre organismo:
Em diversas situações em que estamos expostos a um calor intenso, em que este pode causar perturbações no organismo: caibas musculares, esgotamento ou desfalecimento pelo calor e insolações. Estão sujeitas a essas perturbações as pessoas que se encontram em má condição física, que não estão aclimatadas a uma atmosfera quente e húmida, e que têm de participar em actividades ao ar livre no decorrer de um dia de Verão. Estas situações podem também produzir-se na indústria, onde alguns assalariados têm de trabalhar em locais excessivamente aquecidos. As pessoas idosas, as crianças e as pessoas que apresentam problemas cardíacos ou circulatórios são particularmente sensíveis às exposições prolongadas ao calor.
A temperatura corporal Normal é 37ºC. o calor corporal é produzido através da transformação dos alimentos e pela acção dos músculos, espalhando-se sempre através das partes quentes, ou seja, do centro interno do corpo para as extremidades. Em geral o corpo liberta o seu calor para o ambiente pois este normalmente está a uma temperatura inferior. Por sua vez, o corpo mantém a sua temperatura constante, assegurando uma temperatura constante entre as perdas e a produção de calor, pois, ao ser produzido no decurso das actividades quotidianas é habitualmente suficiente para compensar as perdas regulares de calor.
Uma pessoa em bom estado de saúde está em condições de manter a sua temperatura normal, podendo produzir cerca de um litro de suor por hora. Mecanismos fisiológicos de adaptação, como a transpiração desencadeiam-se quando a temperatura interna se eleva. As glândulas sudoríparas segregam água e sal (suor), a superfície da pele, onde a água se evapora. A transpiração aumenta consideravelmente nas condições de calor elevado. O organismo, então, desidrata-se e torna-se mais vulnerável a altas de temperatura interna e a perturbações circulatórias, dando lugar a manifestações de esgotamento e insolações.
Esgotamento ou desfalecimento causado pelo calor
Uma exposição voluntária prolongada ou uma actividade física intensa, quando o tempo está muito quente e húmido, podem causar um esgotamento ou desfalecimento devido a perdas de líquido e de sais minerais essas perdas só podem ser combatida por meio de ingestão de água.
Essa transpiração excessiva se não é compensada traz consigo um abrandamento da circulação sanguínea no cérebro, no coração e nos pulmões. O organismo tenta eliminar mais calor aumentando a circulação para a superfície da pele. Produz-se então um ligeiro estado de choque do tipo hipovolémico.
Sinais e sintomas do esgotamento os desfalecimento causados pelo calor
O desfalecimento causado pelo calor apresenta os seguintes sinais e sintomas:
- A transpiração é excessiva e a pele fica pálida e é húmida. A temperatura corporal pode ser normal ou ligeiramente elevada.
- A vítima sofre tonturas, sensações de fadiga, de fraqueza e de esgotamento.
- A visão fica nublada, pouco nítida.
- A vítima tem dores de cabeça.
- Pode também ter náuseas e até mesmo vomitar.
- Por vezes, tem cãibras e dores musculares.
- A respiração e a pulsação tornam-se muito rápidas.
Os primeiros socorros em caso de desfalecimento causado pelo calor:
- Transporte a vítima para um lugar fresco, com sombra e que seja arejado.
- Aplique-lhe compressas de água fria na cabeça e no peito para permitir aos mecanismos de regulação de temperatura do corpo restabelecerem-se e, desta forma, arrefecê-lo.
- Dê-lhe água em pequenas quantidades de cada vez, para compensar o líquido eliminado pela transpiração. Mesmo que a vítima tenha náuseas, a água corre pouco o risco de fazer a vítima vomitar, e assim esta será absorvida rapidamente pelo organismo.
Insolação
A insolação resulta de um aumento da temperatura interna do corpo acima de 40º graus, e mais, a impossibilidade de poder baixa-la por mecanismos fisiológicos, como, por exemplo, a transpiração e a dilatação dos capilares sanguíneos. A temperatura interna aumenta e o estado da vítima é considerado grave. As células cerebrais podem sofrer danos permanentes. A insolação pode mesmo trazer consigo a morte, se não for tratada imediatamente.
Sinais e sintomas da insolação
- As vítimas de insolação apresentam os sinais e os sintomas seguintes:
- A pele fica seca e púrpura. A vítima deixa de transpirar mas já num estado extremo.
- A temperatura corporal é elevada: pode atingir 43ºC e mesmo 44ºC.
- A vítima tem dores de cabeça e tonturas.
- Tem náuseas e pode mesmo vomitar.
- O seu comportamento pode ser agitado, irracional e bizarro, deteriora-se progressivamente e pode ir até à inconsciência e ao coma. São possíveis as convulsões.
- A respiração é rápida, ruidosa e superficial, e a pulsação rápida, irregular e fraca. A tensão arterial baixa provoca um estado de choque.
Os primeiros socorros em caso de insolação
Como intervir?
- Chame os serviços de urgência.
- Transporte a vítima para um lugar fresco com sombra e bem arejado.
- Deite-a e coloque-lhe a cabeça estendida no chão, ponha-a na posição lateral de segurança, se esta estiver inconsciente.
- Aplique-lhe compressas frias à volta da cabeça, de cada lado do tórax, do abdómen assim como nos sovacos e nas virilhas. As compressas devem ser refrescadas constantemente.
- Vigie a temperatura corporal durante o arrefecimento e cesse este quando ela baixar para menos de 40ºC. O mesmo deverá fazer quando a vítima apresentar convulsões durante arrefecimento. As convulsões aumentam a temperatura corporal.
Capitulo XI - Traumatismo Ocular
A estrutura da cara e dos olhos tem a finalidade de proteger os olhos de qualquer lesão. O globo ocular encontra-se numa órbita rodeada de um bordo ósseo forte. As pálpebras podem-se fechar rapidamente para formar uma barreira contra os corpos estranhos e o olho pode tolerar o impacto da luz sem ser danificado. Apesar disso, o olho e as estruturas que o rodeiam podem ser danificados por uma ferida, por vezes tão gravemente que se perde a visão e, em situações excepcionais, o olho deve ser extrirpado. A maioria das lesões oculares são de menor importância, mas, devido ao grande hematoma que provocam, com frequência parecem piores do que são. Uma lesão no olho deverá ser examinada por um médico para determinar se é necessário um tratamento e se a visão pode ser afectada permanentemente.
Torna-se importante alertar que muitas poderão ser as causas de um traumatismo ocular destacando-se as lesões causadas por: um impacto, corpos empalados e queimaduras.
Lesões causadas por impacto – É um impacto brusco que obriga a que o olho recue na sua cavidade, sendo provavelmente danificadas as estruturas superficiais (a pálpebra, a conjuntiva, a esclerótica, a córnea e o cristalino) e as da parte posterior do olho (a retina e os nervos). Um impacto com a magnitude apresentada pode partir os ossos que rodeiam o olho.
Tratamento a ser instituído: Nos traumatismos oculares a melhor atitude é não interferir, proteger apenas a lesão com um penso ocular ou compressa esterilizada e alertar os bombeiros.
É essencial tranquilizar a vítima, dar-lhe apoio explicando tudo o que se está a fazer e o porquê, especialmente a razão de ser importante tapar os olhos.
É extremamente importante que numa situação destas não se retire qualquer corpo estranho ou objecto empalado do globo ocular, pois pode provocar um agravamento sério da lesão.
Lesões causadas por corpos empalados - As lesões oculares mais comuns provocadas por corpos estranhos são as da esclerótica, da córnea e do revestimento das pálpebras (a conjuntiva). Apesar de a maior parte destas lesões terem pouca importância, algumas (como a perfuração da córnea ou o desenvolvimento de uma infecção a partir de um corte ou de uma arranhadela na córnea) podem ser graves.
A causa mais comum das lesões superficiais talvez seja as lentes de contacto. Outras causas de lesões superficiais são as partículas de vidro, aquelas que são levadas pelo vento, pelos ramos das árvores e pelos escombros quando caem.
Quais são os sintomas?
Tratamento a administrar:
Se o corpo estranho tiver atravessado as camadas mais profundas do olho, dever-se-á de imediato consultar um oftalmologista para fazer um tratamento de emergência.
Lesões causadas por queimaduras - A exposição a altas temperaturas ou a produtos químicos poderosos fazem com que as pálpebras se fechem com rapidez num acto reflexo para proteger os olhos das queimaduras. Por conseguinte, só as pálpebras ficam queimadas, embora um calor extremo também possa queimar o olho. A gravidade da lesão, o grau de dor e o aspecto das pálpebras dependem da profundidade da queimadura.
As queimaduras químicas podem ocorrer quando uma substância irritante entra no olho. Até as substâncias ligeiramente irritantes podem provocar uma dor intensa e dano no olho. Como a dor é tão grande, há tendência para manter as pálpebras fechadas, pelo que a substância fica em contacto com o olho durante um tempo prolongado.
Tratamento a administrar:
A queimadura química ocular é tratada lavando imediatamente o olho aberto com água. Este tratamento deve ser posto em prática até antes de chegar o pessoal médico especializado. Embora a pessoa possa ter dificuldade em manter o olho ferido aberto durante este tempo pela dor causada pela lavagem, é fundamental eliminar o produto químico o mais rapidamente possível.
Capitulo X - Fracturas
O nosso corpo assenta sobre uma estrutura óssea, o esqueleto, que compreende cerca de 206 ossos ligados entre si por meio de articulações. Os ossos são compostos de tecidos vivos tal como a pele e os músculos. São percorridos e atravessados por numerosos vasos sanguíneos.
O sistema esquelético garante o suporte e o movimento. Além das funções de suporte e locomoção, este sistema protege vários os órgãos vitais e alguns ossos têm no seu interior a medula óssea, onde são produzidas células do sangue.
Para permitir o movimento, os ossos articulam-se entre si. Os movimentos são produzidos pela acção dos músculos fixados aos ossos pelos tendões. As articulações são reforçadas por tecidos muito resistentes, chamados ligamentos.
As articulações são junções de dois ou mais ossos e podem ser imóveis, semi-móveis e móveis.
Quanto aos músculos, existem três tipos de músculos: músculo esquelético, o músculo liso, e o músculo cardíaco.
- Músculo esquelético, constituído por fibras longas que se fixam aos ossos directamente por tendões.
- Músculo liso, constituído por fibras curtas. Este músculo localiza-se em vários órgãos e os seus movimentos são involuntários.
- Músculo cardíaco, constituído por fibras ramificadas umas nas outras. Os seus movimentos são involuntários e rítmicos.
Fracturas nos ossos
Fractura é toda e qualquer alteração da continuidade de um osso. Habitualmente resulta de um traumatismo directo, mas pode igualmente surgir de um traumatismo indirecto. Embora as fracturas dos membros, geralmente, não coloquem em perigo a vida da vítima podem, quando tratadas incorrectamente, provocar graves problemas.
A rotura, fragmentação e a racha de um osso são outras tantas formas de fracturas nos ossos. As fracturas nos ossos são graves porque muitas vezes vêm acompanhados de lesões de tecidos musculares envolventes.
Diferentes causas podem provocar fracturas nos ossos. As pancadas directas são uma das causas correntes das fracturas. O osso fractura-se em frente do ponto do impacto. Algumas pancadas indirectas podem também causar ferimentos nos ossos e nas articulações. As fracturas podem também produzir-se na sequência de rotação de um membro.
Classificação de fracturas:
As fracturas podem ir de uma simples racha a um estilhaço ou a um esmagamento importante que produz fracturas múltiplas num mesmo osso. Existem vários tipos de fracturas:
- Abertas, são habitualmente designadas por fracturas expostas e os topos ósseos comunicam directamente com o exterior.
- Fechadas, são fracturas em que não há descontinuidade da pele.
- Complicadas de ferida, são fracturas fechadas em que, na sua proximidade, existem feridas (não relacionadas com a fractura).
Quais são os sinais e sintomas?
- Uma dor intensa e persistente num membro ferido, que aumenta se houver movimento e diminui com a tracção e imobilização da fractura;
- Impossibilidade de se efectuar o movimento habitual daquele local. Por vezes é possível mobilizar o membro mas sempre de uma forma dolorosa e limitada;
- Sensação de mobilidade anormal que se pode ouvir e sentir, que resulta do roçar dos topos ósseos;
- Aparecimento de edemas, equimoses ou hematomas;
- Possível exposição dos topos ósseos
Fracturas noutros Membros
Roturas Musculares
As roturas musculares são muito frequentes junto dos desportistas e das pessoas que não respeitam os princípios da mecânica corporal no decorrer de um esforço físico. A rotura muscular, por vezes chamada distensão muscular, resulta numa distensão das fibras musculares ou das suas extremidades, dos tendões que servem de ligação entre o osso e o músculo.
As roturas acontecem muitas vezes após o levantamento de um objecto demasiado pesado ou durante a execução de movimentos bruscos. A gravidade depende do tipo de ferimento e dos danos causados no músculo ou no tendão.
Quais são os sinais o os sintomas?
No caso de uma rotura muscular, esta é dolorosa e nota-se no músculo um inchaço. Esse inchaço é consequência de uma hemorragia no músculo. Nota-se também uma incapacidade funcional mais ou menos acentuada de acordo com a gravidade do ferimento.
Como actuar?
- Impedir qualquer movimento da região atingida;
- Colocar a vítima na posição mais confortável possível;
- Exercer uma pressão sobre o músculo com uma ligadura. Não se deve massajar e não estender o músculo;
- Levantar o membro, a fim de favorecer uma boa drenagem do sangue;
- Aplicar gelo para aliviar: as cãibras musculares, as dores e diminuir a hemorragia muscular.
Fracturas nas Articulações
Os ferimentos deste tipo compreendem as entorses e as luxações.
Entorses
Entorse pode ser definida como uma separação momentânea das superfícies ósseas, ao nível da articulação. Ela produz-se devido a um movimento desajeitado ou exagerado. A lesão produz o estiramento dos ligamentos na articulação ou perto dela. Os músculos e os tendões podem ser estirados em excesso e rompidos por movimentos repentinos e violentos.
A entorse manifesta-se por uma dor de grande intensidade, acompanhada de inchaço e equimose no local da articulação.
Quais são os sinais e os sintomas?
- O processo inflamatório gera uma dor que aumenta durante o movimento do membro ou muito simplesmente ao ser tocado;
- O rubor é muitas vezes o resultado da irritação do lugar ferido e da dilatação dos vasos sanguíneos;
- O inchaço é acompanhado de uma cor roxa da pele na região articular;
- O calor local é a consequência da reacção inflamatória.
Como actuar?
- Evite movimentar a articulação lesionada;
- Aplique gelo ou deixe correr água fria sobre a articulação. Não aplique o gelo directamente sobre a pele, a fim de não lhe causar queimaduras do frio.
A aplicação prolongada do gelo faz com que o sangue tente compensar o arrefecimento local, reenviando sangue à parte arrefecida. Sob efeitos desse afluxo de sangue, a pele fica vermelha e os vasos sanguíneos dilatam-se, o que aumenta a pressão no lugar atingido. O sangue tem, então, ainda mais dificuldade em circular normalmente nas veias.
Luxações
Uma luxação é um deslocamento repentino e duradouro, parcial ou completo de um ou mais ossos de uma articulação. Sucedido quando uma força actua directamente ou indirectamente numa articulação, empurrando o osso para uma posição normal. A cápsula fibrosa e os ligamentos que envolvem a articulação são esticados e por vezes rasgados.
Quais são os sinais e os sintomas?
- Surge uma dor intensa ou uma sensação de compressão;
- Uma incapacidade de mexer o membro atingido;
- Dá-se a perda da função e o que é mais frequente é a impossibilidade de executar movimentos;
- Deformação e encolhimento quando se compara o membro ferido com um membro são.
- Um inchaço na região da articulação.
Como actuar – Regras Gerais de Imobilização
Uma fractura ou suspeita de fractura deve ser sempre imobilizada, independentemente da distância do hospital. Nas fracturas dos ossos longos imobilizam-se sempre a articulação acima e abaixo da fractura. A sequência de imobilização de uma fractura passa pela tracção prévia da mesma, segundo o eixo em que se encontra o membro, seguida de alinhamento e finalmente imobilização.A imobilização deve ser feita com talas de madeira almofadadas, tendo o cuidado de atender sempre ao estado circulatório do membro. Após a imobilização, deve-se verificar a cor, o pulso periférico, a temperatura e a sensibilidade da extremidade do membro imobilizado.
Num caso de fracturas expostas, deve lavar a ferida e os topos ósseos abundantemente com soro fisiológico, antes da imobilização, cobrindo a ferida e os topos ósseos com compressas embebidas em desinfectante.
Técnicas de Imobilização
As técnicas de imobilização e remoção de vítimas de trauma têm, ao longo dos anos, vindo a ser modificadas e adaptadas mas obedecendo sempre aos mesmos princípios. Entre esses princípios, um destaca-se pela sua importância: mover a vítima somente o necessário para a sua correcta remoção e imobilização, mantendo ou melhorando o seu estado, após a chegada das equipas de socorro.
Devem ser evitados todos os movimentos desnecessários na execução das técnicas.
Capitulo IX - Envenenamento
O envenenamento pode acontecer quando a pessoa respira alguma substância tóxica, como fumaça negra, vapor de gasolina ou gás de cozinha; quando tem contacto directo com produtos químicos ou encosta a pele em alguma espécie de planta venenosa; quando engole acidentalmente ou em grandes quantidades alguma substância tóxica, como alimentos deteriorados, produtos de limpeza, insecticidas ou remédios; quando é picada por insectos ou animais venosos.
A maior parte dos casos de envenenamento ocorre dentro de casa, envolvendo crianças. O mais seguro é guardar insecticidas, remédios, produtos de limpeza e outros produtos tóxicos dentro de armários trancados.
Envenenamento por via digestiva:
Quais os sinais e sintomas?
- Arrepios;
- Transpiração abundante;
- Dores abdominais;
- Náuseas
- Vómitos;
- Diarreia;
Envenenamento por via de medicamentos:
Quais os sinais e sintomas?
- Vómitos;
- Dificuldade respiratória;
- Perda de consciência;
- Sonolência;
- Confusão mental;
Envenenamento por via de produtos tóxicos
Quais os sinais e sintomas?
Os sinais e sintomas de envenenamento por produtos tóxicos, variam conforme o produto ingerido:
- Vómitos e diarreia;
- Espuma na boca;
- Face, lábios e unhas azuladas;
- Dificuldade respiratória;
- Queimaduras à volta da boca (venenos corrosivos);
- Delírio e convulsões;
- Inconsciência;
Envenenamento por via respiratória
Os mais frequentes são o envenenamento pelo gás carbónico, pelo óxido de carbono e pelos gás propano/butano.
Quais são s sinais e sintomas?
A vítima começa por sentir-se mal-disposta, seguido de dores de cabeça, zumbidos, tonturas, vómitos e uma apatia profunda que a impede de fugir do local onde se encontra.
A este estado segue-se o coma, isto se a vítima não for rapidamente socorrida.
Como actuar?
Em primeiro lugar, deve-se sempre interrogar a vítima para saber a origem do envenenamento. Ligue para o CIAV – Centro de Informação Anti-Venenos e indique sempre a origem do envenenamento, a quantidade provável ingerida, a hora a que foi ingerida e a hora da última refeição.
Num envenenamento de produtos tóxicos, se a vitima ingeriu álcool, dê-lhe uma bebida açucarada. Em caso de queimadura nos lábios, molhe-os suavemente com água. Em casos destes você não deve dar de beber à vítima, porque pode favorecer a absorção de alguns venenos e não deve provocar o vómito, caso a vítima tenha ingerido um detergente ou solvente.
Num caso de envenenamento por via respiratória, você deve colocar a vítima em locais arejados, desapertar as roupas e se necessários fazer ventilação assistida.
CIAV – Centro de Informação Anti-Venenos
O CIAV é um centro médico de informação toxicológica. Presta informações referentes ao diagnóstico, quando clínico, toxicidade, terapêutica e prognóstico de exposição a tóxicos – humanas e animais – e de intoxicações agudas ou crónicas. Fornece esclarecimentos sobre efeitos secundários dos medicamentos, substâncias cancerígenas, mutagénicas e teratogénicas.
O CIAV presta um serviço nacional, cobrindo a totalidade do país. Este serviço é assegurado por médicos especializados, 24 horas por dias, sete dias por semana.
Para contactar o CIAV, basta telefonar para o número 808 250 143.
Procure dar informações que possam a ajudar o CIAV a identificar a situação designadamente:
- Quem? – Idade, sexo, gravidez, etc.
- O quê? – Produto animal, planta, cogumelo...
- Quanto? – Quantidade do produto, tempo de exposição, etc.
- Quando? – Há quanto tempo
- Onde? – Em casa, no campo, na fábrica, etc.
- Como – em jejum, com alimentos, com bebidas alcoólicas, etc.